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Graças, Pai!



Uma das principais feridas que a vida tecnológica gerou em nós: a pobreza de afetos e uma insegurança voraz. A gente pensa que mensagem de rede social quer dizer algo. Esperamos a resposta que não vem. Criamos expectativas que nem existem e nunca existiram. Chegará um tempo, e não está distante, que conviver será desumano. Que criar laços será impossível. Sem o calor do abraço, sem o toque das mãos, sem o beijo que eleva. Sem o respeito que agrega nos tornamos zumbis que grita vazios. A rede social é perigosa, não ela em si, mas quem faz uso dela para manipular nossos sonhos e nossos ideais.


Lembro que na minha infância não tinha a multidão de tecnologia que existe no hoje vazio da história. Lá em casa o primeiro computador que chegou foi de tubo e a internet era a cabo e fazia aquela musiquinha clássica para conectar. No orelhão da esquina tinha fila para se comunicar. O celular era um 'tijolo' grande. E tinha gente que se achava em mostrar aquele avanço. O mundo se conectou e nós estamos desconectados! Estamos sem suportar a vida, estamos cansados e somos mendigos de amor.


Gostava de contemplar meu pai saindo no final da tarde para trabalhar. Ele usava um boné e tinha um bigode impecável. Limpinho e cheiroso. Até fumava um free naquele período meio boêmio. E no início da manhã chegava depois de labutar a noite toda. Lembro que passeávamos na Chevy de lá de casa. Era meio dourada. E era uma aventura sentir o ar no nosso rosto.


Éramos aqueles que sonhávamos atravessar pontes. Fazer parte do Grêmio estudantil. Ir até o hotel da Ilha no encontro estadual de adolescentes. Escutávamos a música que era da moda na praça Dom José Tomaz no Siqueira. E tinha até música naquele ônibus com Flávio Foster. Era meio brega a infância. Ouvíamos Reginaldo Rossi e outras cantorias. Era bom ir no interior dos nossos avós. Era bom acordar de madrugada e ouvir meu avô gritar, como um vaqueiro apaixonado, que tinha amor no que fazia.


Hoje, padre Soares dizia no café que nem todos nascem com vocação para paternidade. Os colos do mundo roubaram os nossos filhos. A leitura é de amor. Pai, segure seu filho no colo e ensine a ele que ser Pai é cuidar para deixar partir.


Feliz dia dos Pais! Vosso, pe. Anderson Gomes.

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